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No século 16 em plena época da colonização europeia na américa, quando chegaram ao Brasil os europeus com os escravos africanos, trazidos em navios negreiros provenientes do golfo da Guiné, das antigamente chamadas costas dos escravos, da pimenta, do marfim e do ouro. Com os escravos vieram suas costumes e cultura culinária, um de esses pratos era o ehba-tápa, prato típico da cultura nupês e tapas, adotados pelos iorubanos. Significa pirão engrossado à maneira dos tapas, seria uma adaptação do muambo de galinha e do quitande de peixe, feitos originalmente com farinha de arroz. 
O Vatapá da África em navio até o Brasil, transformando-se em símbolo da culinária baiana e nordestina.
O Vatapá da África em navio até o Brasil, transformando-se em símbolo da culinária baiana e nordestina.

Os africanos ensinaram aos índios e aos portugueses novas técnicas de cozinha, utilizando ingredientes diferentes, a pimenta malagueta, jiló, quiabo, coco, ensinaram também a utilizar o azeite de dendê e a misturá-los em receitas com peixes, camarões, arroz branco, feijão e em sobremesas. Introduzindo suas receitas e adaptando-as aos ingredientes locais, como aconteceu com vários dos pratos típicos da culinária brasileira, surgiram os pratos mais importantes, reconhecidos e gostosos da cozinha brasileira. 

O vatapá foi um dos pratos com maior sucesso e melhor adaptação ao paladar brasileiro, até mesmo nas mesas patriarcais brasileiras. Tornando-se assim a ser um dos pratos mais representativos da Bahia e do Nordeste, mais uma vez provando a influência da cultura e gastronomia africana na cultura brasileira e sua cozinha tradicional.

A Bahia é o estado brasileiro que mais faz divisas com outros estados, banhada pelo oceano atlântico possui uma extensão de costas de novecentos quilômetros sendo a mais extensa de todos os estados brasileiros. A capital estadual é o Salvador da Bahia, terceiro município mais populoso do pais. Um dos primeiros núcleos de riqueza açucareira do Brasil, a Bahia recebeu enormes contingentes de africanos escravos. Assim a influência da cultura africana na Bahia permaneceu alta na música, na culinária, na religião e no modo de vida da população. Com um clima equatorial, tropical com uma estação seca muito importante ofereceu aos africanos um clima bem similar ao que já estavam acostumados em seu continente de origem.

Considerada a parte mais antiga da América Portuguesa, em Porto seguro uma região que mais adiante seria anexada ao estado baiano, foi o lugar onde a frota de Pedro Alvares Cabral ancorou em 1500, marcando o descobrimento do Brasil. Salvador foi a primeira capital do Brasil, logo passou a ser o Rio de Janeiro para depois construir Brasília a capital atual. 

A região do Nordeste brasileiro é composta por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Banhado pelo oceano atlântico, possui um clima tropical, equatorial com um período de seca muito longo, uma enorme diversidade geográfica, com sertão, desertos com dunas, lagoas e mata. Sua economia possui industrias têxtil, automotrizes, um pouco de agropecuária a cana de açúcar se destaca e a cria de cabras e a produção de camarões. A mais importante é o turismo. Pelas suas exuberantes praias de mar azul e areia branca, com dimensões de areias infinitas, dunas e palmeiras, tem um atrativo muito forte ao turismo europeu. Nos últimos anos também teve um crescimento na indústria petroleira, sendo a segunda região produtora de petróleo do pais e a maior na extração de petróleo em terra. 

A região do Nordeste é a com maior diversidade cultural, racial e religiosa do pais.

O vatapá tem diferentes formas e ingredientes dependendo da região, por exemplo na Bahia se acrescenta o azeite de dendê e se serve como acompanhamento do acarajé. No Para, Amapá entre outras regiões, encontramos com a ausência do amendoim. Também além de camarões, em alguns lugares se acrescenta carne de galinha e é servido com angu.

Para fazer o tradicional vatapá temos que considerar um purê de farinha de mandioca com azeite de dendê, muita pimenta, cheiro verde, muito pão, leite de coco, castanha de caju, tomate, cebola e camarão sem cascara. 

Refogamos os camarões com azeite de dendê e cebolas picadinhas, os tomates, cheiro verde e as pimentas (Malagueta, do-reino, de cheiro). Reservamos. 

Batemos no liquidificador os pães com agua e farinha de mandioca. Despejamos tudo em uma panela e levamos ao fogo médio. Deixamos ferver e acrescentamos mais azeite de dendê, os camarões refogados, sal e pimenta, a castanha picada e mexemos tudo para não grudar no fundo da panela. Quando estiver quase pronto, misturamos com o leite de coco e retiramos do fogo. Colocamos um pouco de orégano por cima, e servimos quente.